ATA DA REUNIÃO DE INSTALAÇÃO DA SEGUNDA COMISSÃO REPRESENTATIVA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 05.01.1994.
Aos cinco dias do mês de janeiro do ano de mil novecentos e noventa e quatro reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Reunião de Instalação da Segunda Comissão Representativa da Décima Primeira Legislatura. Às nove horas e trinta minutos foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Airto Ferronato, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Jair Soares, João Dib, João Verle, Jocelin Azambuja, José Gomes, Luiz Braz, Maria do Rosário, Mário Fraga e Wilton Araújo, Titulares, e Fernando Zachia e Luiz Negrinho, Não-Titulares. Constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e instalada a Segunda Comissão Representativa. Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 819 e 820/93, do Senhor Prefeito Municipal, 22/93, da Associação dos Legislativos das Missões, 29/93, do Círculo de Pais e Mestres da Escola Municipal de 1º Grau Senador Alberto Pasqualini, 361/93, da Coordenadoria das Promotorias Cíveis; Telegramas: dos Senhores Rodolfo Joaquim Pinto da Luz, Asdrubal Ulysses e Flávio Obino; Cartões: dos Senhores Paulo Crespo Ribeiro, Dagoberto Lima Godoy e Olimpio Albrecht. A seguir, o Senhor Presidente registrou a presença, no Plenário, do Deputado Estadual Valdir Fraga. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Dib saudou o Deputado Valdir Fraga, ex-Vereador desta Casa. Discorreu sobre pedido de urgência apresentado pelo PT para o Projeto de Lei do Executivo nº 87/93, referente à Fundação de Educação Social e Comunitária, FESC, falando dos tumultos surgidos na Sessão de votação desse pedido, os quais acabaram impedindo que tal votação se concretizasse. Ainda, criticou a Administração Municipal no referente à cobrança do Imposto Predial e Territorial Urbano, salientando ter recebido cobrança dupla desse imposto e dizendo ocorrer a prática de “vampirismo fiscal” de parte do PT em nossa Cidade. O Vereador Jocelin Azambuja saudou o Vereador Luiz Braz, novo Presidente da Casa. Registrou matéria publicada no Jornal Zero Hora de hoje, acerca da transferência de famílias da Vila Cai Cai para o Morro do Osso, comentando declarações do Vereador João Dib, de que estariam ocorrendo assentamentos de famílias carentes em regiões de valor comercial riquíssimo. Defendeu a construção de prédios residenciais nessa área nobre, com no mínimo quatro andares, o que viabilizaria a mudança de um número maior de famílias, solicitando estudos do PT acerca do assunto. O Vereador João Verle, comunicou ter o Vereador Clóvis Ilgenfritz se submetido a uma cirurgia de vesícula e estar passando bem. Disse que irá levar ao Departamento Municipal de Habitação questões levantadas pelo Vereador Jocelin Azambuja acerca da construção de casas no Morro do Osso. Também, referiu-se ao pronunciamento do Vereador João Dib, acerca da cobrança do Imposto Predial e Territorial Urbano em Porto Alegre, destacando a possibilidade de ocorrerem enganos na impressão dos carnês relativos a esse imposto. A seguir, constatada a existência de “quorum”, foi iniciada a ORDEM DO DIA, sendo aprovados os seguintes Requerimentos: do Vereador Artur Zanella, de Voto de Congratulações com o Doutor Silvio Lewgoy, por ter sido eleito Presidente do Conselho Deliberativo da Associação Israelita; do Vereador Fernando Zachia, com o Senhor Algir Lorenzon, pela sua reeleição à Presidência do Tribunal de Contas do Estado; do Vereador Jocelin Azambuja, solicitando seja o período de Comunicações da Sessão Ordinária do dia dois de março de 1994, destinado a homenagear o Centro de Reabilitação de Porto Alegre - CEREPAL, pela passagem do seu 30º aniversário; do Vereador Nereu D’Ávila, solicitando que o período do Grande Expediente do dia quatro de maio de 1994, seja destinado a homenagear os trinta anos do Jornal Zero Hora e ainda, a instituição, pela Mesa Diretora, de uma Semana de Estudos e Debates, oportunizando a discussão entre esta Casa e os profissionais da homenageada, sobre os rumos do moderno jornalismo; do Vereador João Dib, solicitando ao Tribunal de Contas do Estado para que realize Inspeção Especial nas contas de publicidade da administração direta e indireta do Executivo Municipal. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Airto Ferronato lembrou posicionamentos assumidos pelo PT com relação ao Morro do Osso em 1989, quando era discutida a Lei Orgânica Municipal, dizendo que, na época, a posição desse Partido era pela preservação ecológica da área. Traçou paralelo com a prática hoje seguida pelo PT quanto ao assunto, exemplificando com a transferência de famílias da Vila Cai-Cai para o Morro do Osso. O Vereador Guilherme Barbosa disse que a política econômica vigente no País vem trazendo enormes dificuldades para os municipários, tendo esses servidores sua capacidade de compra reduzida constantemente. Declarou-se favorável ao reajuste mensal de salários, dizendo já ter conversado a respeito com a direção do PT e o Prefeito Municipal. Sugeriu que, nos meses em que não ocorrer reajuste salarial seja concedido um excedente de vinte por cento aos municipários, declarando que essa questão deverá ser avaliada dentro do Orçamento Participativo. O Vereador João Dib, reportou-se ao pronunciamento do Vereador Guilherme Barbosa, de defesa da concessão de um reajuste de vinte por cento aos municipários nos meses em que não ocorrer reposição salarial, questionando tal proposta, tendo em vista a política de salários adotada pelo Executivo Municipal, a qual classificou como injusta e prejudicial aos funcionários municipais. Ainda, criticou a destinação publicitária que vem sendo dada pela Prefeitura da Cidade a recursos oriundos dos cofres públicos. Às dez horas e dez minutos, nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Reunião Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Luiz Braz e Airto Ferronato e secretariados pelo Vereador Wilton Araújo. Do que eu, Wilton Araújo, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
(A Ata digitada nos Anais é cópia fiel do documento original.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Queremos registrar, com
muita alegria, a presença do Deputado Valdir Fraga, duas vezes Presidente desta
Casa, e que vem nos honrar, aqui, na Comissão Representativa que nós presidimos
neste ano de 1994.
Está com a palavra o Ver. João Dib para uma Comunicação de Liderança.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, nobre Deputado Valdir Fraga, eu saúdo com saudade a presença do
eminente Deputado e sempre nosso Vereador nesta Casa.
Mas, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nos últimos dias da Sessão Legislativa
passada, falava, aqui, a Bancada do PT em desprendimento, que deveria ter o
Ver. João Dib em relação à FESC, eis que o Ver. João Dib havia ficado
profundamente irritado e tumultuou a possível aprovação do Requerimento de
urgência para a votação do Projeto que interessava à FESC, que terminou não
saindo em razão daquele tumulto.
Naquele momento, eu dizia que este desprendimento que me era solicitado
não era correspondido pela Bancada do PT e nem pela Administração do PT. A
Administração do PT, vampira total, quando se trata de matéria fiscal, pratica
o vampirismo fiscal permanentemente, não havia tido o desprendimento de receber
um documento do qual eu demostrava que havia pago o IPTU de 2 boxes, segundo
eles, de alvenaria, segundo eu, nos meus tempos de Secretaria de Transportes,
diria que é garagem do luar, ou seja, estacionamento a céu aberto. Naquele
tempo, os ônibus não tinham garagem, então, guardavam na garagem do luar. Eu
guardo o meu carro na garagem do luar, não tem cobertura, não tem alvenaria
nenhuma. Mas eles disseram que era alvenaria e, aliás, de excelente qualidade.
Mas, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, aquele desprendimento que eles
não tiveram para levar todos esses carnês pagos, exigiram que o meu funcionário
fosse lá na Fazenda para acertar, que a Dona Marilene, que estava ali para
acertar os problemas, não podia levar. Ela tinha recebido por guia, por
solicitação do eminente Ver. João Verle. Agora, a administração vampira me
mandou de novo, quer me cobrar mais uma vez. Vejam só que dinheiro sobra nesta
Administração que todos esses carnês são desnecessários, é tudo dinheiro do
povo, querendo roubar o dinheiro do Ver. João Dib.
Está pago por guia e aí eles anotaram que já estava pago. Tudo neste
carnê se refere a vinte e cinco metros quadrados de garagem ao luar e aqui
estão querendo cobrar de novo. Eu posso me distrair e pagar, mas eu não sou
distraído, Vereador João Verle. É uma barbaridade! A pressa é tamanha e o
vampirismo é tal, que já veio em UFM, cobrando onze parcelas.
Eu não vou responder, desta vez, à Secretaria Municipal da Fazenda,
pois não tem sentido. Vejam que é um Vereador que já foi Prefeito, é Líder de
uma Bancada, que é solicitado pela Bancada do PT e pelo Senhor Embaixador, que
recebe aquela ânsia de sorver o sangue do contribuinte de Porto Alegre. Imagine
o pobre do contribuinte que não é Vereador, que não foi Prefeito, nem
Secretário do Governo e de outras tantas Secretarias, o que não deve padecer
nas mãos dos vampiros. Isto aqui é dinheiro do povo posto fora.
E numa época em que os computadores falam, desenham, emitem carnês.
Vejam que eu sou do tempo em que a Prefeitura não possuía computador. O
primeiro computador chegou na Prefeitura em 1963, e equivalia a metade desta
área aqui do Plenário. Um só computador tinha dois ou três metros de altura e
as coisas não saíam erradas como agora. Eu não sei se esse erro é de propósito,
ou se é para ver se os incautos pagam duas vezes, mas eu não sou um desses,
Vereador João Verle. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Vereador
Jocelin Azambuja, em tempo de Liderança.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente, Secretário
Wilton Araújo, ilustre Deputado Valdir Fraga, Srs. Vereadores e Vereadoras.
Nós fizemos questão de, neste momento, aproveitar esse espaço da
Liderança. Em primeiro lugar, para saudar a nossa primeira Sessão com o nosso
Presidente, companheiro de partido, Vereador Luiz Braz que foi honrado por esta
Casa para dirigir os trabalhos deste ano de 1994. Em segundo lugar, para
registrar a presença do nosso companheiro de partido, Dep. Valdir Fraga, que
apesar de setores da imprensa viverem dizendo que ele vai para o partido “A”,
“B” ou “C”, o Ver. Valdir Fraga está vinculado ao PTB, como nosso elemento de
ligação entre o Diretório Regional e a Bancada de Vereadores de Porto Alegre -
a Câmara Municipal, com a sua experiência e a sua presença constante e, também,
pela sua participação a nível de Diretório Regional e, ainda, representando
junto ao Diretório Nacional do partido - como representante em Brasília - junto
com o Dep. Zambiasi do PTB.
É importante que se faça esse registro, porque o Dep. Valdir Fraga,
além de ser o nosso companheiro de trabalho, o nosso grande candidato à
Prefeitura de Porto Alegre, que honrou e dignificou a todos nós, é bom que se
diga que é um grande petebista, um grande trabalhista. Nós que nos criamos
juntos no Bairro Nonoai temos essa consciência.
Aproveito esse momento do espaço de Liderança para fazer um registro de
uma matéria publicada hoje no Jornal Zero Hora, que envolve a questão da
transferência dos moradores da Vila Cai-Cai para a Zona Sul, próximo ao Morro
do Osso. Nós estivemos, no ano passado, conversando com o Dr. Hélio Corbellini,
Diretor do DEMHAB, que nos esclarecia sobre este Projeto naquela área, que foi
destinado para serem assentadas aquelas famílias da Vila Cai-Cai. Mas há uma
preocupação que eu gostaria de registrar. Ver. João Dib, o senhor que é um
conhecedor de Porto Alegre, poderia nos auxiliar nessa relação, porque ali, no
chamado Morro do Osso, nós temos uma região muito importante. Nós estamos
assentando famílias, numa região residencial riquíssima, de alto valor
comercial. Estamos tendo coragem de fazer na área um assentamento para 325
famílias, 320 casas - conforme o Diretor do DEMHAB - ali serão construídas. Mas
vejam que ao lado temos o Condomínio Residencial Jardim do Sol, um dos mais
valorizados condomínios de Porto Alegre, pois as famílias da Vila Cai-Cai vão
ficar morando ao lado. O que me espanta é o Governo Municipal não procurar
assentar, ali, um maior número de famílias. Não posso entender como é que se
pode pegar uma área nobre dessas de Porto Alegre e querer construir casas. Numa
área dessas, no mínimo, teriam que ser construídos prédios de 4 ou 5 pavimentos
para assentar 1200, 1500 famílias, enfim, buscar um assentamento maior, até
porque temos um grande contingente de habitantes de Porto Alegre sem teto.
Lembro-me, há pouco tempo, o trabalho desta Casa, da Ver.ª Maria do
Rosário e outros Vereadores desta Casa, com o pessoal do Bairro Ruben Berta
porque não tinham para onde ir. Em uma área nobre de Porto Alegre, e o Ver.
Záchia que trabalha na área da construção civil sabe bem, como é que vamos
pegar uma área nobre doada pela Cúria Metropolitana e construir, ali, 320 casas
quando temos milhares de famílias sem teto em Porto Alegre? Esse é um luxo que
só Porto Alegre mesmo para se dar. Peço à Bancada do Partido dos Trabalhadores
que gestione junto ao Governo Municipal, e os partidos também, para que, de
repente, se faça uma Comissão de Vereadores, das lideranças partidárias, para
discutir com o Dr. Corbellini, Diretor do DEMHAB, para um assentamento maior
naquela área. Eu não posso admitir que vão ser construídas apenas 320 casas em
uma área central, próxima ao centro de Porto Alegre, não estamos fazendo isso
na Restinga, estamos na Cavalhada. Considero um absurdo.
Peço a sensibilidade dos Srs. Vereadores para trabalharmos em cima,
sensibilizarmos o Governo Municipal, no sentido de alterar esse projeto, e de
fazer ali um projeto de edifícios com capacidade para mais de 1000 famílias, no
mínimo, que é o que permite, tranqüilamente, aquela área. Era isso. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. João
Verle, do PT.
O SR. JOÃO VERLE: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores. Eu quero, inicialmente, saudar o Deputado Valdir Fraga, com quem
convivemos por muito tempo nesta Casa; eu não tanto, porque assumi no último
ano da Legislatura passada, mas aprendi apreciá-lo e admirá-lo.
Quero comunicar aos Senhores Vereadores que o Companheiro Clóvis
Ilgenfritz da Silva submeteu-se, ontem, a uma cirurgia de vesícula, para
extrair algumas pedras que estavam sobrando. Ele passa muito bem. Está no
apartamento nº 207, do Hospital Moinhos de Vento.
Quero, também, manifestar ao Ver. Jocelin Azambuja que vou examinar a
sua preocupação, em relação ao Morro do Osso, onde V.Ex.ª deve ter percebido,
pela matéria que saiu hoje no Jornal Zero Hora, que há uma preocupação do
Governo Municipal, em relação à questão ambiental, de preservação daquele
santuário ecológico; talvez, seja um pequeno exagero o termo, mas há essa
preocupação. Quanto ao projeto em si, vou levar essa sua preocupação ao Diretor
do DEMHAB. Penso que deve ter sido estudado, certamente o foi, mas não será
demais levar essa sugestão.
Quero dizer ao Ver. João Dib que nós temos cerca de quatrocentos e
trinta mil contribuintes em Porto Alegre; apesar de ser a PROCEMPA uma empresa
muito eficiente, nós não somos imunes a erros - eu não tenho nenhuma dúvida de
que, no caso, trata-se de um equívoco -, talvez o Vereador tenha se excedido um
pouco na crítica. Não podemos fazer da exceção a regrar. É compreensível uma
situação como esta. Não fosse o Ver. João Dib, talvez eu nem ocupasse a tribuna
para referir o assunto.
Proponho-me a encaminhar pessoalmente esse assunto, como já fiz em
outras vezes e o farei sempre, não só ao Ver. João Dib, como a qualquer outro
Vereador, e a qualquer contribuinte desta cidade que procurar o meu Gabinete,
como de resto qualquer outro companheiro, também, faz isso, já que interessa,
sim, não só ao Vereador, mas aos contribuintes prestar todos os esclarecimentos
e evitar que um eventual equívoco venha prejudicar alguém. Pode ter certeza
que, em nenhum momento, se pretendeu emitir carnê de um imposto já pago para
ver se o contribuinte pagaria novamente. Isso, certamente, foi uma força de
expressão no pronunciamento do Ver. João Dib. Eu quero fazer este registro para
que não passe sem qualquer contestação e para que não pareça que estamos
concordando com essa colocação. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Há “quorum”. Passamos à
(Obs.: Foram aprovados os Requerimentos constantes na Ata.)
O SR. PRESIDENTE: Passamos ao período de
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Airto Ferronato está
com a palavra.
O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. Em primeiro lugar, a nossa saudação a este ano de 1994, quando aqui
estamos mais uma vez.
Quero apenas fazer um registro. Eu lembro, em 1989, quando se tratavam
das propostas da Lei Orgânica de Porto Alegre, da discussão que se teve em
relação ao Morro do Osso, e me lembro de como se defendia a proposta de deixar
aquele morro como parque ecológico, uma área ecológica, inicialmente proposta
da Bancada do PT. Eu me colocava amplamente favorável. Hoje estou vendo que há
uma movimentação por parte da Prefeitura, no sentido de uma ocupação daquela
área. Queria fazer este registro: que se faça uma comparação do que se dizia em
1989 com a situação atual, para que não haja prejuízos, de um lado, para a
preservação ambiental daquela área, de outro para os moradores da periferia,
especialmente da Vila Cai-Cai, que necessitam de um local seguro para viver.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Gerson Almeida está
com a palavra. Desiste. O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra.
Solicito ao Ver. Airto Ferronato que assuma a Presidência.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores. Em 1991, fruto de uma disputa democrática entre a categoria
municipária e a Administração Popular, conseguimos estruturar aquela que foi, à
época, uma das melhores políticas salariais do País. Estabeleceu-se o reajuste
bimestral de salário, coisa que não se conhecia, ou se tinha muito pouca
notícia nas categorias públicas ou privadas no Brasil. Marcou época, sim,
serviu de exemplo para outras cidades, aquela política para a qual esta Casa
teve contribuição. Ocorre que o processo inflacionário que vivemos hoje,
crescente, fruto de ausência de política econômica para o País, do Governo
Itamar, e, agora, medidas absolutamente epidérmicas do Ministro Fernando
Henrique Cardoso, está trazendo para a categoria municipária uma situação muito
difícil e complicada.
Eu tenho traçado um gráfico - infelizmente não tenho aqui, neste
momento - da inflação ao longo de 1993, e percebemos que, principalmente, a
partir de agosto, o crescimento inflacionário é enorme; a velocidade com que a
inflação tem crescido é estarrecedora. Isso faz com que aquela política, que
era boa, neste momento, tenha dificuldade em repor a capacidade de compra dos
municipários. É claro que mantemos a posição que tivemos, enquanto Bancada, na
votação do reajuste mensal dos salários em julho, ou em agosto quando saímos do
recesso, quando votamos o Projeto de Lei do Ver. Luiz Braz.
A Prefeitura isoladamente não tem condições, e não tinha, de dar o
reajuste mensal com o total da inflação, mas, hoje, a situação é distinta.
Valho-me de um documento do meu Partido, de julho, da nossa Direção Municipal,
que avaliava a postura do Governo Municipal, na ocasião da votação do Projeto
de Reajuste Mensal de Salários, avalisando a decisão tomada, mas que fazia a
seguinte consideração no item 11 (onze) deste documento: “É claro que se houver
um novo salto nos patamares da inflação para além dos atuais níveis - já
massacrantes para a sociedade - a Administração Popular, certamente, terá a
iniciativa política e a rapidez necessária de propor as alterações necessárias
e suportáveis pelo Município na atual política salarial, que no último período
garantiu reajustes integrais da inflação a cada bimestre para os municipários.”
Então, embasado nesta posição do meu Partido, e já tendo conversado com
o Prefeito Tarso Genro e com a Presidenta do PT Municipal, a Companheira Iria
Charão, eu venho a esta tribuna dizer que é preciso que a nossa Administração
estude a possibilidade de haver um avanço na política salarial vigente, porque
40% de inflação ao mês, sem qualquer nível de reajuste, é com certeza muito
difícil de suportar. Sei que não podemos dar o total da inflação nos meses em
que não há reajuste, mas sugiro que o estudo parta de um patamar de 20%, ou
seja, naqueles meses em que não há reajuste que se dê o excedente dos 20% para
que se possibilite uma manutenção mínima do poder aquisitivo dos municipários.
Esta sugestão e solicitação se faz a partir de uma situação em que os
projetos aprovados nesta Casa, da indexação dos impostos, do ISSON a ser
cobrado dos bancos, darão uma melhor possibilidade à Prefeitura. Mas, após
estabelecermos esta discussão com os municipários, também deve ser
necessariamente dentro do fórum do Orçamento Participativo, em face das
implicações existentes. Deve ter, sem dúvida, o aval desse fórum que representa
a população organizada que tem definido os rumos da aplicação dos recursos no
Município.
Quero reafirmar a necessidade de, neste momento, haver a discussão de
uma nova política salarial, a partir do Governo Municipal, discutida com os
municipários e com o aval do Orçamento Participativo. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Airto
Ferronato):
Com palavra o Ver. Jair Soares. Ausente. Com a palavra o Ver. João Dib.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, como diria o Ver. Airto Ferronato: Ora, vejam só! O Partido dos
Trabalhadores, aquele mesmo partido que tomou de forma injusta de forma
ilegal... Eu não vou dizer mais nada, vou ficar no injusto e ilegal, porque se
não vou dizer um desaforo muito grande e o meu amigo Gerson Almeida vai ficar
vermelho e não quero que aconteça isso. O Código Civil diz: A lei só pode
retroagir para beneficiar. Esta administração do Partido dos Trabalhadores
retroagiu a lei para tomar, para retirar de dentro do bolso do servidor
municipal 40% da bimestralidade em julho de 1991. Para tristeza minha a Câmara
no dia 13 de dezembro de 1991 depois de insistentes pedidos, de discussão de
cobrança quase que diária aqui decidiu que entraria na justiça contra a má
aplicação da lei, e não o fez. Da lei 6.855. Aí aos municipários seria
devolvido aquele dinheiro que foi retirado do fundo de seu bolso, e que era
seu. Repetiram a manobra em setembro e novembro de 1991 sem que nunca as contas
fossem mostradas.
Por falar nisso, aliás, eu não tenho conhecimento que S.Ex.ª o Sr.
Prefeito, cumprindo lei votada nesta Casa, tenha encaminhado a explicação, a
justificação do recente acréscimo havido. Vinte e cinco dias após ele teria que
ter mandado e esses vinte e cinco dias se completaram no dia 25 de novembro.
Agora dia 25 de fevereiro devem mandar um outro aqui. Agora, como diria o amigo
Airto Ferronato: Ora, vejam só! O Partido dos Trabalhadores que odeia os ricos,
não gosta dos trabalhadores e vive como um rico está propondo, aqui, que se dê
uma recuperação, pelo menos intercalada na bimestralidade. Muito meritória, sem
dúvida nenhuma, mas que a administração já deveria estar fazendo desde o
momento em que negou - e que foi à Justiça - o reajuste mensal. Aliás, essa
administração não antecipa um dia porque é uma administração de banqueiros e
condena os banqueiros.
Um dia eu pedi, aqui, um presente para os municipários: Antecipem o
pagamento de outubro para o dia 28, que é o dia do servidor público. Não! Nós
temos que retirar tudo que é possível do rendimento das nossas operações bancárias.
É de se dizer que a Prefeitura - até a Administração do Partido dos
Trabalhadores - pagava aos trabalhadores da Prefeitura sempre antes do último
dia do mês. Esta mesma Administração onde seus integrantes lá, em são Paulo,
negaram a UFM para o Dr. Maluf. Aqui era imprescindível, necessário,
indispensável e nós entregamos a eles a UFM. É por isso, até, que eles
cometeram o erro de me mandar mais guias de pagamento, daquilo que eu já havia
pago e provado, duas vezes, que eu havia pago.
Agora, eu vou ter de provar a terceira vez, porque o que eles querem é
arrancar o dinheiro, o que eles querem é gastar o dinheiro em propaganda
enganosa e mentirosa. Vejam, V.Ex.as que eu recebi um cartaz,
cartolina da boa, deve ter sessenta e seis centímetros por vinte e dois, eu
digo isso porque deve ser para aproveitar o papel e a inteligente Administração
da Prefeitura - que agora, através de sua Liderança está propondo o reajuste
salarial mensal - num cartaz deste tamanho escreve: “No verão Porto Alegre não
pára.” Eu estou tentando saber o que eles querem dizer com isso, pois Porto
Alegre não pára nunca. O que eles querem dizer com isso? Deve trazer um
rendimento muito grande, mas serviu para escrever a Administração que eles
chamam de popular, mas serviu para escrever embaixo. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver.
Jocelin Azambuja. Desiste. O Ver. João Verle. Ausente. Ver. José Gomes. Ausente. Ver. Lauro Hagemann. Ausente. Ver. Luiz Braz. Ausente. Ver. Mário Fraga.
Ausente. Ver.ª Maria do Rosário. Ausente. Ver. Milton Zuanazzi. Ausente. Ver.
Nereu D’Ávila. Ausente. Ver. Wilton Araújo. Ausente.
Não havendo mais nada a tratar, damos por encerrados os trabalhos desta
Reunião de Instalação da 2ª Comissão Representativa.
(Encerra-se a Reunião às 10h10min.)
* * * * *